segunda-feira, setembro 08, 2008

Um mestre, dois mundos

A tarefa do dia é escrever uma mensagem dirigida a crianças da mesma idade de uma escola particular. Enquanto alguns detalham a rotina em classe, outros contam sobre o almoce e sugerem um encontro no futuro, a professora anota as idéias num papel. Após a aula na periferia, a professora assume o posto de professora assistente na escola particular. Sua idéia é que as crianças se correspondam frequentemente.

A professora Débora figura na lista dos professores que transitam nessas duas realidades distintas na educação do país. Com a garotada aprendeu várias lições. A mais óbvia foi perceber que, em determinadas situações, teria de agir de forma diferenciada em cada escola. Certa vez, convocou a mãe de um aluno bagunceiro para relatar os problemas que estava tendo. No dia seguinte soube que o menino de nove anos havia levado uma surra em casa por causa da queixa.

Na prática, a presença de um professor capacitado parece não ser suficiente para garantir o aprendizado.

Além das notórias carências de infra-estrutura da rede pública, o contexto familiar é um fator decisivo na evolução de uma criança ou de um adolescente.

Nos colégios particulares, quando os alunos têm dificuldades os pais contratam professores particulares ou psicólogos. Outra diferença é a expectativa em relação ao estudo, existem crianças que tem que cuidar de irmãos menores e limpar a casa, não há tempo para fazer as lições de casa ou estudar para prova. Alguns querem apenas cumprir esta etapa para arrumar emprego.
Uma coisa é fato entre esses alunos que decidem estudar e obtêm sucesso: Por trás de um bom aluno existem pais atentos e preocupados.

Trechos retirados da Veja SP - Por Fabio Brisolla

Nenhum comentário: