terça-feira, novembro 24, 2009

O Escafandro e a Borboleta

Com o drama vivido pela atriz Aline Moraes (Luciana) relatado na novela da Globo "Viver a Vida", onde ela fica tetraplégica, lembrei de um livro que li há algum tempo atrás, "O Escafandro e a Borboleta" de Jean Dominique Bauby, escritor francês.
Aline Moraes interpreta uma modelo que depois de um acidente perde todos os movimentos do pescoço para baixo. Jean perde os movimentos dos pés a cabeça e só consegue movimentar o olho esquerdo. Suas funções motoras foram deterioradas. Com a ajuda do seu "anjo da guarda", como ele chama a sua ortofonista (aqui no Brasil é o mesmo que fonoaudióloga), é instaurado o seu código de comunicação com o mundo. Porém, somente sua ortofonista e sua psicóloga entendem o que ele "fala". Ninguém dá a mínima para seus pedidos, inclusive "aquele cretino que desligou o televisor no meio da partida de futebol".
E foi com todas essas limitações que ele conseguiu transmitir o que deveria ser escrito em seu livro.
"Chega de dispersão. Preciso compor o inicio destes cadernos de viagem imóvel. Na minha mente remôo dez vezes cada frase, elimino uma palavra, junto um adjetivo e decoro meu texto, parágrafo, após parágrafo."
Quando só restam palavras, nenhuma palavra é demais. Morre o homem, fica a obra.
Bauby faleceu a 9 de Março de 1997, mas deixou este seu testemunho impressionante do que é ter um intelecto vivo dentro de um corpo morto.
"Esta história comovente, de um escritor extraordinariamente talentoso, conta como transformar dor em criatividade, desespero humano em milagre literário". Elie Wiesel

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