domingo, julho 05, 2009

Inversão de Valores


Hoje foi dia da "Cãominhada", evento que reúne centenas ou milhares de pessoas que produzem seus queridos cachorros e cadelas para um passeio a beira mar na linda cidade praiana, Santos. Não vejo problema nisso, apesar de achar que as autoridades e patrocinadores do evento deveriam gastar todo o dinheiro gasto em coisas mais importantes.
Não estou aqui para discutir o quanto um cãozinho pode satisfazer uma pessoa com companheirismo e carinho. Muitos se tornam cúmplices. Aliás, eu também tenho um cachorro e, não é de raça, é um vira lata, Dexter é seu nome, é muito querido por todos da família. Por coincidência do destino, ele chegou em casa no mesmo dia em que meu sobrinho nasceu. Ganhamos dois presentes no mesmo dia.Na verdade comecei esse texto pra falar sobre a relação entre humanos. Várias vezes vi mendigos querendo brincar com cachorros que não fossem os seus e fui testemunha em ver os donos desses cachorros puxarem as coleiras ou botarem os mesmos no colo. Meu... O que é isso. A pessoa dá mais valor pra um animal do que pra uma pessoa que pode estar faminta e mesmo assim queria acariciar seu bicho de estimação? Nem passa pela cabeça dessa pessoa que aquele mendigo pode estar querendo o carinho de um bicho porque pessoas o abandonaram ou se foram e, por falta de amor, ele se "perdeu na vida"?
Tenho certeza que nesse evento, "Cãominhada", existem muitas pessoas que gastam tempo, carinho, dinheiro e compaixão com seus bichos e não são capazes de estender a mão pra ajudar o próximo. Tratam bichos como pessoas e pessoas como bichos. Lamentável.

3 comentários:

Tom Simões disse...

É isso aí, meu amigo. Eu concordo com você. E se tem algo que sempre me chama a atenção e me comove é um ser humano na condição de morador de rua. E é justamente esse ser humano que se presta, não raramente, a cuidar de cachorros abandonados, dividindo o que lhe cai nas mãos com o bichinho.

O mais legal é que o bichinho não faz diferença, se ele é cuidado por uma madame insensível ou por um morador de rua. O bicho, com ou sem fome, se presta ao amor incondicional a quem o acolhe, indistintamente.

Anônimo disse...

É mesmo impressionante o julgamento bem superficial que se faz de um evento que reúne os que tem amor pelos animais. São pessoas alegres, dispostas, interessadas em ajudar os outros e muito bem capazes de ter amor para seus cães e também para o ser humano. A mesma mão que afaga um cãozinho sabe muito bem estender a mão para ajudar, seja para dar um alimento a quem tem fome, uma roupa, uma cesta básica, uma palavra ao amigo, um afeto a quem precisa. Enfim, antes de julgar os que vão a Cãominhada lembre que as pessoas que sabem amar um animal, sabem também amar um ser humano.

Lineu disse...

"Anônimo", esse post não se trata de julgar as pessoas, mas remete a uma reflexão sobre alguns comportamentos. Suas palavras são bem fundamentadas, mas não é o que acontece no dia-a-dia. Que a Cãominhada dure mil anos... Mas, enquanto tratarmos bichos como pessoas e pessoas como bichos, não tem sentido fazer tanta festa. Obrigado pela visita. Abraços